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AMAMENTAÇÃO: ENTRE O DELEITE DO BEBÊ E A ESCOLHA MATERNA

Tipo de Trabalho 

Artigo

Os estudos apontam benefícios a curto e a longo prazo, sejam do ponto de vista orgânico, psíquico e socioeconômico. Ao mesmo tempo, a amamentação é uma ação favorável ao laço mãe-bebê, visto que, antes mesmo de sugar o leite, o bebê alimenta-se do deleite. Na perspectiva do bebê, o aleitamento está associado à função materna, que envolve uma maternagem implicada e um adulto responsivo. Por outro lado, amamentar parece estar relacionada à escolha materna, fundamentada em fatores psicoafetivos, socioculturais, morais e/ou religiosos. Além disso, mesmo que algumas mães compreendam a importância da amamentação, podem surgir sentimentos ambivalentes e conflitos inconscientes, que geram dificuldades na amamentação, inclusive levando ao fracasso. Trata-se de uma pesquisa narrativa que investiga o efeito estruturante da amamentação na função materna e na constituição do sujeito e das questões relacionadas à escolha materna para amamentar. Os resultados indicam que a amamentação é um desafio tanto para a mãe quanto para o bebê. Para o bebê, a amamentação concebe um encontro entre o desenvolvimento corporal e a estruturação subjetiva, enquanto para a mãe, a escolha para amamentar parece estar associada a uma pluralidade de sentimentos, além de questões que vão desde sua própria história constitutiva até o momento vivido, cujo processo é atravessado por fatores psicoafetivos, socioculturais, morais e/ou religiosos. Assim, as questões relacionadas à amamentação estão para além do orgânico e os profissionais que assistem às famílias precisam considerar a subjetividade desta mãe e deste bebê.